domingo, 27 de maio de 2012

Defunto aos Outros



O transparente escuro em volta dos olhos.
Não fazem perceber a luz.
Tudo parece obscuro, como o eclipse do sol.
O ronco toma conta dos ouvidos.
Um negror intenso toma conta do ser.
O ser não está sozinho.
Outros ali estão, e não parecem perceber as coisas com o olhar daquele ser.
Ninguém enxerga por ele.
Todos se tumultuam dentro do ronco e do negror.
O ronco se parte com o negror.
O ser continua lá.
Não solitário, sua dor é sua companhia.
Ninguém percebe.
Ninguém sente.
Mas pensam perceber.

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